sábado, 29 de junho de 2013

A FARRA DO BOI

Um dos elementos culturais mais discutidos no sul do Brasil, principalmente na época de páscoa, é a farra do boi. Existem duas opiniões bastantes distintas a cerca desta prática: Os participantes alegam ela (a “farra”) faz parte do folclore e da cultura típica da região, e os defensores dos direitos animais alegam que ela é altamente cruel com o animal. Para começarmos a discutir a farra do boi é melhor compreendermos bem como ela funciona. Os vídeos abaixo mostra essa prática:




Nesse tópico pretendemos apresentar os aspectos históricos associados a criação deste elemento. Essa prática teve início no Brasil com uma decisão da coroa portuguesa de ocupação mais efetiva do Sul do Brasil. Para isto, mais de seis mil pessoas que residiam nas ilhas dos açores imigraram até a ilha de Santa Catarina (atual Florianópolis) entre os anos de 1748 e 1756. Os açorianos que aqui se instalaram reproduziram os elementos do seu local de origem e por mais de dois séculos essa prática continuou sendo realizada.
                Na cultura açoriana, era comum que no período da quaresma as famílias comessem carne de boi. Entretanto, no início não existia nesta região uma cultura de criação de gado. Os bois utilizados na farra eram normalmente negociados com tropeiros que vinham do alto da serra e vendiam para os pescadores. A existência da cultura tropeira foi fundamental para que a farra do boi prevalessesse até hoje.
                Essa cultura também faz parte da história do sul do país. Eles formavam grupos que atravessavam regiões entre os centros consumidores e os centros produtores, levando os produtos de uma região para outra. Sua existência acabou sendo responsável pela fundação de várias cidades no interior do país. O vídeo abaixo apresenta os principais aspectos do tropeirismo:


Existe uma diversidade de modelos de farra do boi. Em alguns lugares é permitido agredir os bois com paus e pedras. Em outros só é permitido incitá-lo usando camisetas, sem machucá-lo. Inevitavelmente, o animal fica amedrontado e poderíamos caracterizar este processo por uma tortura psicológica ao animal. Em 1997 foi proibida pelo Supremo Tribunal Federal. A punição varia, mas pode chegar até um ano de prisão.
                

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