Um passáro famoso na cultura do estado do Paraná é a gralha
azul e neste tópico pretendemos discutir o que faz esse animal ser tão
importante pra o folclore desta região. Para quem ainda não conhece a gralha
azul, aqui está um vídeo de apresentação mostrando uma das lendas criadas sobre
esta ave.
Dentro de ecossistemas é comum o surgimento de interações
entre os diversos seres vivos que fazem parte dele, constituindo o que chamamos
de relações ecológicas. Essas relações podem ser divididas, em primeiro
momento, em dois tipos: As interespecíficas, de animais de espécies diferentes,
e as intraespecíficas, de animais da mesma espécie. Das relações
interespecíficas, existem as harmônicas, em que nenhuma das espécies fica
prejudicada devido a relação, e as desarmônicas, em que uma das espécies sai
prejudicada. Das relações interespecíficas harmônicas, existem quatro
classificações:
è
Simbiose: Relação onde os dois indivíduos são
benefíciados e ambos necessitam desta relação para sobreviver.
è
Protocooperação: Relação onde os dois indivíduos
são benefíciados, mas podem sobreviver independetemente.
è
Inquilinismo (harmônica): Relação onde somente
um dos indivíduos se beneficia, mas ele não causa prejuízo ao outro indivíduo.
è
Comensalismo (harmônica): Relação onde um dos
indivíduos se aproveita dos restos dos alimentares de outro, sem prejudicá-lo.
A relação entre a gralha azul e
araucária é classificada como uma relação interespecífica harmônica de
protocooperação, pois ao mesmo tempo em que ela adquire alimento, a araucária é
beneficiada com a dispersão de suas sementes. Também é possível que a gralha
sobreviva sem se alimentar da semente de araucária, mas de insetos e outras
frutas, e que a araucária consiga dispersar a semente atráves de uma relação
com outros animais.
Essa situação torna possível
avaliar, além das relações ecológicas, uma relação de seleção natural associada
a este comportamento da gralha. O vídeo abaixo foi criado para apresentar o
conceito de seleção natural:
Por uma questão de defesa, a gralha azul costuma fazer seu
ninho nas partes mais altas de árvores e as araucárias são ideais para isto.
Para que predomine a existência de araucárias nas florestas, a gralha adaptou
seu organismo de forma a dissiminar as sementes destas, pois isto privilegiava
sua sobrevivência. Isto pode ser observado no seu método de interação com as
sementes, colocando-as em locais propícios para o crescimento de um novo
pinheiro. A gralha escolhe estes lugares pois farão com que o pinhão se torne
mais facilmente comestível após uma quantidade de tempo, mas o aspecto curioso
é que ela planta mais sementes do que comerá. O fato de ela “esquecer” de ir
atrás de todos os pinhões que plantou pode ser visto como uma tendência que ela
desenvolveu naturalmente para aumentar a quantidade de araucárias nas
florestas.
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