sábado, 29 de junho de 2013

A GRALHA AZUL

Um passáro famoso na cultura do estado do Paraná é a gralha azul e neste tópico pretendemos discutir o que faz esse animal ser tão importante pra o folclore desta região. Para quem ainda não conhece a gralha azul, aqui está um vídeo de apresentação mostrando uma das lendas criadas sobre esta ave.


Dentro de ecossistemas é comum o surgimento de interações entre os diversos seres vivos que fazem parte dele, constituindo o que chamamos de relações ecológicas. Essas relações podem ser divididas, em primeiro momento, em dois tipos: As interespecíficas, de animais de espécies diferentes, e as intraespecíficas, de animais da mesma espécie. Das relações interespecíficas, existem as harmônicas, em que nenhuma das espécies fica prejudicada devido a relação, e as desarmônicas, em que uma das espécies sai prejudicada. Das relações interespecíficas harmônicas, existem quatro classificações:
è Simbiose: Relação onde os dois indivíduos são benefíciados e ambos necessitam desta relação para sobreviver.
è Protocooperação: Relação onde os dois indivíduos são benefíciados, mas podem sobreviver independetemente.
è Inquilinismo (harmônica): Relação onde somente um dos indivíduos se beneficia, mas ele não causa prejuízo ao outro indivíduo.
è Comensalismo (harmônica): Relação onde um dos indivíduos se aproveita dos restos dos alimentares de outro, sem prejudicá-lo.
A relação entre a gralha azul e araucária é classificada como uma relação interespecífica harmônica de protocooperação, pois ao mesmo tempo em que ela adquire alimento, a araucária é beneficiada com a dispersão de suas sementes. Também é possível que a gralha sobreviva sem se alimentar da semente de araucária, mas de insetos e outras frutas, e que a araucária consiga dispersar a semente atráves de uma relação com outros animais.
Essa situação torna possível avaliar, além das relações ecológicas, uma relação de seleção natural associada a este comportamento da gralha. O vídeo abaixo foi criado para apresentar o conceito de seleção natural:

Por uma questão de defesa, a gralha azul costuma fazer seu ninho nas partes mais altas de árvores e as araucárias são ideais para isto. Para que predomine a existência de araucárias nas florestas, a gralha adaptou seu organismo de forma a dissiminar as sementes destas, pois isto privilegiava sua sobrevivência. Isto pode ser observado no seu método de interação com as sementes, colocando-as em locais propícios para o crescimento de um novo pinheiro. A gralha escolhe estes lugares pois farão com que o pinhão se torne mais facilmente comestível após uma quantidade de tempo, mas o aspecto curioso é que ela planta mais sementes do que comerá. O fato de ela “esquecer” de ir atrás de todos os pinhões que plantou pode ser visto como uma tendência que ela desenvolveu naturalmente para aumentar a quantidade de araucárias nas florestas.

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